quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Frankenstein

Tenho um amigo, o Mark Langendoen, que é um excelente fotógrafo. Tem olho, talento, jeito, aprende fácil, não tem medo de tentar nada. Além de todas essas qualidades, essenciais para um grande fotógrafo, o Mark é meio professor Pardal. Compra pela internet as câmeras mais estranhas, lentes de tudo quanto é tipo e mistura tudo, como se não bastasse. Já vi o Mark usar lente invertida, só para "criar um efeito". Para atingir esse objetivo ele fuça até achar um adaptador que se preste ao que ele quer fazer.
Pois bem, há não muito tempo fuçava na minha Pentax P30t quando bateu aquela ideia: será que fica legal eu misturar esta lente sem autofoco, com anel de abertura, 50mm f/2.0 com minha EOS 400D? Consultei o Mark, assessor para assuntos fotográficos pouco ortodoxos, que rapidinho me mandou alguns links. Fucei mais um pouco e achei vários na Amazon, que serviriam ao meu propósito. Alguns permitem confirmação de foco e outros não. Achei que tivesse comprado o certo...Mas vamos lá. Comecemos com o anel em si:
O conceito é muito simples. De um lado ele acopla a lente e de outro se acopla à câmera.
Montado fica assim:
Na câmera, fica assim:
Usar a bagaça já é outra história. De cara, tem que escolher o ajuste certo, pois a maior parte deles fica nulo com a belezura manual. Sou meio míope e não consigo acertar o ajuste dióptrico da câmera adequadamente. Com a lente sem aviso de foco a coisa ficou punk. Veja o primeiro resultado:

Sem falar que é preciso ajustar ISO, compensação e o diabo. Ficou mais complicado. Pus a câmera em prioridade de abertura e faço esse ajuste no anel de abertura da lente. E daí vamos.




Acima dois bons exemplos de erro e acerto (mais ou menos). Com o passar dos cliques a coisa foi meio que se ajustando.


Resultado que me agradou, entretanto, foi com a câmera em modo preto e branco, veja:


Finalmente puxei do baú a lente original da P30, uma 35-80mm f/4.0 ruim de doer. Saiu isto:

Em cima em 35mm, embaixo a 80mm. Ruinzinha, não?
Faltou mencionar que, devido ao fator de corte da 400D, de 1,6X, a 50mm virou uma 80mm. A 35-80, portanto, virou 56-128mm.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

WTFocus de novo

Meu último post tratou do uso do autofoco. Na verdade, traduzi um artigo que mostrava dez situações nas quais o autofoco é uma má ideia.
Em seguida minha co-escriba escreveu em defesa do autofoco, que ela usa com frequência. Em conversas pelo FB discutimos longamente essa e outras técnicas fotográficas.
Sou a favor do uso parcial do autofoco, prefiro quase sempre o foco manual. Na recente viagem a Buenos Aires levei minha Canon EOS 400D. Por receios em relação à segurança, na maior parte devidos a relatos postados por estrangeiros que moram na capital argentina, optei por "simplificar" o equipamento. Montei a lente Sigma 18-220mm (que descobri tem sérios problemas no motor do autofoco) e retirei o vertical grip, decisão da qual me arrependi amargamente depois. Explico: estou acostumado à facilidade de utilização que o VG permite, evitando que se mexa acidentalmente no botão de modo quando utilizando a câmera na vertical. Com o VG, ademais, posiciono a câmera na vertical sempre na mesma orientação, com os comandos para baixo, o que facilita na hora de girar os arquivos no computador, bastando apenas selecioná-los todos e escolhendo a opção "girar em sentido horário". Divago.
Levei minha Lowepro Slingshot 200, que serve como uma boa mochila auxiliar, com lugar para celular, iPod  e outras coisinhas mais, além de ser muito confortável de carregar no dia-a-dia. Ela conta ainda com um porta-garrafas, que pode ser posicionado lateral ou frontalmente.
De equipamentos, apenas o filtro polarizador. Procurei fazer o rodízio dos cartões de memória ao longo dos quatro dias, como sempre faço. Sempre uma boa ideia.
Mas, voltemos ao autofoco. Eu quis, com as escolhas acima, simplificar o ato de registrar nossa passagem pela cidade. Fui de autofoco na maior parte do tempo, exceto em algumas condições nas quais o autofoco teve dificuldade de acionamento - muito em virtude do problema que afeta o motor.
Acabei, então, relaxando e me concentrando apenas em enquadramento, abertura, etc., e só dei atenção ao foco quando notei que a câmera não dava conta. Como podem ver, não sou contra o uso do autofoco, mas prefiro o manual sempre que possível.