terça-feira, 16 de setembro de 2014

Selfie

Sebastião Salgado já disse que a disseminação de "selfies" é uma praga que espalha má qualidade. Bem, ele não usou exatamente essas palavras, mas não posso deixar de concordar com o mestre. Selfie é uma praga sim e, na grande maioria das vezes, de má qualidade.
Eu não curto, mas não escapo dessa mania horrorosa. O advento das câmeras digitais facilitou a vida de todo mundo e a evolução das câmeras nos telefones, integrados às redes sociais criou uma obsessão em registrar tudo o tempo todo. As fabricantes fazem o que podem para melhorar a qualidade das fotos, mas os resultados nem sempre são bons. Basicamente porque a maioria das pessoas não consegue ajustar as câmeras de maneira correta, ou insistem em "filtros" e "pré-ajustes" que geram fotos horrendas. Há aqueles que acham que quem pensa como eu é um retrógrado ou outras coisas menos publicáveis. A fotografia digital fez com que qualquer um acreditasse ser um fotógrafo. Bilhões de fotos são tiradas todos os dias. E boa parte delas compartilhada em redes sociais. Sim, eu sei, eu também faço isso. Mas confesso que me odeio um pouquinho cada vez que posto uma foto. E cada vez que posto uma selfie então...
Quase sempre saio com caras estranhas e, se quiser incluir algo no fundo, meu braço não tem como evitar aparecer.
Grande parte do problema com as selfies, na minha opinião, está no enquadramento. A não ser que o telefone tenha duas câmeras e permita ao retratista se ver enquanto bate a foto, as chances de sair uma droga são grandes. Outro erro muito comum é aproximar demais a câmera, o que resulta em fotos fora de foco, pois TODA câmera tem uma distância mínima de foco. Está no manual e, quase sempre, escrito nas próprias lentes ou corpo das câmeras. Mas quem liga pra isso, né? O que importa é mostrar para o mundo que você está na balada com a galiéééraaaaa.
Eu quase nunca apareço em fotos. Sempre me senti mais confortável atrás da lente. Isso tem outra razão de ser. Sempre levei minha (D)SLR em viagens. E, em 99% das vezes que arriscava pedir para alguém tirar uma foto, saía aquela desgraça. E não adiantava colocar a câmera em modo automático total, a pessoa sempre metia a pata. Daí, passei a escolher a dedo. Se o sujeito portasse uma SLR também, pedia a ele (a). Acontece que as DSLRs se popularizaram e tem gente que compra essas câmeras para aparecer. Usam-nas só no automático total. Um desperdício.
A popularização das câmeras digitais despertou o monstro que existe em cada um de nós. Tudo, tudo mesmo é motivo para apertar o botão. Eu ainda faço uma limpeza, uma seleção nas fotos e não perco tempo com aqueles que ficaram meio "nhé". Tem gente que não. Guarda tudo. Foto com luz demais, fora de foco, tremida, borrada, com lentes sujas (sim, tem muito disso), nada é descartado. E ainda sujeitam amigos/família a "ver as fotos da viagem", tipo aqueles que gostam de vídeo, mas editá-los jamais, "não vou cortar cenas da 74ª viagem à Disney"...
Olha essa aí, tirada com o telefone na barca de Guaratuba. Estava com côco na boca, não sabia o que fazer e aí saiu essa cara.
A selfie clássica tem fundos estranhos, quando os tem. Tem gente demais fazendo caras e bocas do tipo "aêêê, galééééééraaaaaaaa" ou "woo-hooooooo". A selfie clássica sai fora de foco e borrada, mas o que importa é mostrar que você foi no point da moda, tá ligado?
As selfies às vezes saem de ponta-cabeça. Pra dizer a verdade não sei o que houve com essa foto. Ela já está desvirada no arquivo digital, mas o blogger insiste em baixá-la de ponta-cabeça. Selfie é assim, né? Imperfeita.



segunda-feira, 1 de setembro de 2014

É com prazer que digo que deu tudo certo na viagem. Levei, no fim, as duas câmeras, Panasonic Lumix e Canon EOS 400D, com a lente 18-55mm IS. Bem verdade que os resultados não foram os que eu queria, mas em muitas situações a luz não era a ideal. Também não foi possível programar saídas para fotografar, devido à programação da própria viagem. Houve também dias muito frios, daqueles que desanimam até o mais ferrenho dos fotógrafos a sair da cama pela manhã.
Cascata do Avencal.  1/13s @ f/22, 18mm, compensação de -0,3.
Passamos por lugares lindíssimos, mas durante os deslocamentos a Canon viajou no alforge, portanto impraticável. Em fotos com essa acima, o estabilizador de imagem foi muito útil, pois não levei tripé e essa abertura pode causar imagens tremidas.
18mm, 1/60s @ f/5.6, compensação de -0,3.
Confesso que utilizei prioridade de abertura na maioria esmagadora das fotos e autofoco. Usei o foco manual em poucas fotos, mas veio bem a calhar em algumas delas, quando precisei confirmar a posição do autofoco.
A pequena Panasonic não desapontou e, em algumas ocasiões, igualmente o Nokia Lumia 800.
1/1300s @ f/4,9. ISO 400, 9mm e compensação de -0,7.

1/400s @ f/5, ISO 160 e compensação de -0,7.
Alguns resultados do Nokia Lumia 800:
1/14s @ f2.2 - ajuste de foto de pôr-do-sol.
1/823 @ f/2.2. Ajuste normal.
Essa câmera funciona bem na maioria das condições. Uso a câmera do telefone quando quero enviar fotos imediatamente por whatsapp ou no Facebook.
Tenho que assinalar que não processei nenhuma dessas fotos, estão como saíram da câmera.