segunda-feira, 5 de maio de 2014

O amor pela fotografia


Eu estava aqui, lendo o último post do Wells e pensando: eu adoro fotografar! De verdade! Tudo começou quando fui ao Vietnã pela primeira vez e tirar um monte de fotografias foi a maneira que encontrei para contar à família e aos amigos todas aquelas histórias fantásticas que estava vivendo. De lá para cá, muita coisa se passou. Já escrevi um tanto sobre minha trajetória e, ultimamente, muita coisa tem mudado. Parece que a fotografia está se consolidando mais em minha vida. Sou uma fotógrafa, já não tenho medo de assim me denominar.
Ainda assim, devo confessar que raramente saio com minha câmera para fotografar. Já faz quase 9 meses que estou viajando pela Ásia e minha viagem não tem propósitos turísticos, muito pelo contrário, de modo que não são muitas as ocasiões em que estou com disposição para perambular com equipamentos que, muitas vezes, acabam limitando minha mobilidade e minhas opções.
Mas sempre há aqueles dias em que olho pela janela e penso: "hoje é dia". O clima está bom, a luz está bonita, tenho tempo e tenho energia. Nesses dias, aciono a visão de fotógrafa, que vê tudo e todos como potenciais imagens a serem registradas, e saio tentando encontrar os melhores ângulos, o melhor contraste, um reflexo, um sorriso, ou o que quer que chame a minha atenção.
Essa é uma característica minha; não é sempre que tenho vontade de fotografar. Mas quando tenho, me entrego completamente. Outras pessoas gostam de carregar a câmera por onde quer que vão. Alguns necessitam de um monte de equipamentos, outros conseguem resultados incríveis com uma simples câmera compacta.
Seja lá qual for a característica de cada um, o primeiro passo é saber qual ela é para, assim, poder respeitá-la. Não adianta formar na cabeça uma ideia de como deve agir um grande fotógrafo e tentar seguir, passo a passo. Não há receita de bolo. Cada pessoa é diferente e a criatividade é exatamente a expressão dessas diferenças, dessas nuances, dessas sutilezas. Relaxar, em relação a si mesmo e às expectativas que temos, é o primeiro passo. Aceitar quem somos, nossas limitações e nossas características. Sair com a câmera apenas se comprometendo a fazer o melhor possível com o que aparecer; com o imprevisto; não se fixando a resultados. A autenticidade é o que faz um bom fotógrafo. Saber as técnicas e ter os equipamentos apenas viabiliza a expressão daquela imagem que temos em nossa cabeça, quando tiramos uma foto. 
Foi justamente a realização dessas diferenças e de como elas muitas vezes se complementam, que nos levou a criar este blog. O Wells sabe tudo sobre as técnicas e sobre os equipamentos; eu gosto de contar histórias, seja por meio de palavras ou de imagens. Ele tem uma mente que analisa mais o que será fotografado; eu tenho um componente mais espontâneo na minha forma de tirar fotos. Mas ambos amamos a fotografia e ambos conseguimos resultados muito bacanas ao longo do tempo.
Eu estava lhe recordando da primeira vez em que vi uma foto sua. Era uma foto da Ponte JK, em Brasília, em preto e branco, que ele havia imprimido para dar de presente a um amigo. Era linda! Me lembro de pensar: "esse cara sabe o que está fazendo".
Seja lá como foi que ele conseguiu aquela foto, aquele é o sentimento que deve servir de orientação para quando for sair com a câmera.
E agora que dei uma enxurrada de conselhos, não apenas ao Wells mas a todos que leem este blog, apenas me resta repetir: eu adoro fotografia!


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