segunda-feira, 26 de março de 2012

Too much information?


Algo interessante que tenho descoberto nos últimos tempos é que, às vezes, parece que quanto mais sabemos sobre fotografia, piores ficam os resultados.
Desde que fui ao primeiro workshop na Escócia, aprendi a utilizar a câmera em manual e tenho procurado fazê-lo sempre. Como os recursos da minha Canon PowerShot S5 eram limitados, resolvi comprar uma câmera DSLR, uma Nikon, com uma infinidade de novas possibilidades. Mas para poder utilizá-la, achei melhor fazer um curso básico intensivo, para revisar os velhos conceitos e aprender outros tantos. Agora, estou fazendo o nível 2 deste curso básico, para ter a chance de aprofundar os conhecimentos e também sedimentá-los.
Tive a chance de colocar à prova o que tinha aprendido em algumas ocasiões, especialmente em uma viagem que fiz a Sevilla. Tentei brincar um pouco com a profundidade de campo, com a velocidade, com a luz, com o ISO, mas os resultados não ficaram como eu esperava.
Fiquei pensando: "será que perdi a mão?"
E a resposta é: "sim", ao menos temporariamente.
Tudo o que antes era feito com base em puro instinto, sem ter que me preocupar com o fotômetro e a correlação entre abertura do diafragma e velocidade do disparador, pois as fotos eram tiradas em automático, agora exige uma análise mais cuidadosa. Porém esta mesma análise também tira uma boa parcela da espontaneidade do momento, pois quando vejo a cena, ainda tenho que parar por alguns segundos, que podem se alongar em minutos, para configurar a câmera de modo a captar o referido momento da maneira mais adequada. Muitas vezes, o instante já passou. Ou simplesmente acabo esquecendo de outra parte tão essencial da fotografia, que é a composição.


A composição é a distribuição dos elementos na tela, é a captação do que há de interessante, de forma a transmitir aquilo que desejamos. É a análise do ângulo em que a foto será tirada, quais os elementos que dela deverão fazer parte, se a posição dos objetos está bacana, harmônica. A regra dos terços, que o Wells comentou anteriormente, é um de seus fundamentos.
A intenção é juntar todas essas técnicas, para tirar a melhor foto.
Mas neste período de transição, entre um enfoque despreocupado com qualquer técnica e a assimilação de tantos conceitos, questões a serem observadas e respeitadas, passos a serem seguidos, qual a conclusão? Praticar, praticar, praticar, até transformar a utilização das técnicas em um ato-reflexo, em uma etapa automática, tão natural quanto olhar pelo visor.
Quando enfim puder deixar de encarar a tela da máquina e voltar a olhar para as pessoas, para os monumentos, para a natureza, para a luz que incide obliquamente, para o ângulo que torna aquele objeto digno de ser registrado, para o contraste entre luz e sombra, para um reflexo, quem sabe consiga tirar fotos que reunam inspiração e precisão numa tacada só.
I´ll keep you posted!

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