quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Rezando os terços

Considere a foto acima. Você diria que esta é uma boa foto?
Se respondeu que não, muito obrigado. Continue lendo e provavelmente corroborarei sua opinião. Se respondeu que sim, continue lendo pois você ainda tem o que aprender.
Desconsiderando as imperfeições técnicas como exposição, por exemplo, a foto acima desrespeita uma regrinha básica em fotografia: a dos terços. Numa aula de teoria do verso, meu professor disse: "antes de escrever versos livres você tem que aprender a escrevê-los corretamente, obedecendo à métrica". Com fotografia não é diferente. Eu poderia simplesmente dizer que minha intenção aqui foi exatamente desrespeitar a regra e tascar a ponte bem no meio da foto. Não, não foi essa minha intenção. Errei.
Veja:
Imagine que o quadro acima é o visor de sua câmera. A regra dos terços dita que o objeto central da sua foto deve estar posicionado num dos pontos de intersecção. Os demais elementos devem estar harmoniosamente distribuídos, a fim de se obter um enquadramento agradável. Lá em cima não fiz nada disso. Tem água demais, concentrada nos terços inferiores. A ponte está bem no meio da foto, no terço superior. Nada à esquerda nem à direita adiciona qualquer charme ou equilíbrio à composição.
Captou a mensagem? Então, antes de apontar sua câmera e apertar o botãozinho do disparador, reze estes terços, ok? Em tempo, não é recomendável desrespeitar esta regra. Se, e somente se você souber muito bem o que está fazendo e que efeito pretende atingir.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A sucker for toys

Sim, no começo eu achava que bastava ter uma boa câmera e uma super lente pra que minhas fotos saíssem boas. Primeira grande lição de fotografia: quem manda é o fotógrafo. Se ele não sabe o que está fazendo, não é a câmera que vai tirá-lo da enrascada. Conselho que tento passar desde então.
Quem nunca viu aquele sujeito que carrega uma moderna câmera com todo orgulho pra lá e pra cá, mas a usa no modo full-auto? Para esses, meu conselho: compre uma compacta.
Nas idas e vindas anos afora, comprei equipamento que não acaba mais. Boa parte desse equipamento acabei nunca usando, mas o filtro funcionou bem. E por falar em filtro, com o passar dos anos, acabei descobrindo que tipo de "brinquedinhos" são mais úteis. Disparado são os filtros. 
Tá, houve um momento em que comprei tudo quanto foi filtro que pude. Coisa meio idiota de se fazer. Ainda tenho muitos deles, guardados em algum lugar. Hoje, meus filtros favoritos são os UV - também conhecidos como Skylight ou Haze 1. Servem basicamente para proteger a lente. Sempre compro um para cada lente nova. E a cada lente nova, um polarizador também acaba fazendo parte do arsenal. São extremamente versáteis e úteis. E muitas vezes acabam fazendo o mesmo efeito que um de densidade neutra (ND). E por falar neles:

O conceito é simples. Os filtros têm tamanho único, tornando-os práticos, pois vc só tem que adquirir diferentes anéis, de acordo com a lente em uso. O suporte é o mesmo para qualquer tamanho. Simples. No caso dos filtros graduados, basta deslizá-los para cima ou para baixo para obter o efeito desejado. Bem, se são práticos por um lado, por outro são mais trabalhosos para manusear sem um tripé. E por falar em tripés, fica para outro post. Fui.

Vamos ao que interessa



A história desta foto:
Estava eu, passeando pelo parque do Retiro, com minha nova câmera em mãos, tentando aprender como ela funcionava (isso foi antes do último curso).
Um dos problemas de trocar de câmera e especialmente de marca, é que todos os comandos que estávamos acostumados a executar automaticamente, como se a máquina fosse uma extensão natural de nossa mão, instantaneamente deixam de existir.
Então, após ser convencida pelo meu professor escocês de que eu sempre deveria bater fotos em manual, passei um bom tempo daquela bela tarde de outono, tentando descobrir como fazer para mudar a abertura do diafragma e a velocidade do disparo de uma maneira minimamente tranquila.
Em meio a tentativas e erros e mais dúvidas e desesperos, eis que dou de cara com a cena descrita pela foto. A sutileza da luz e a textura das cores me chamaram a atenção imediatamente. E me desesperei com a falta de habilidade para poder transformar a imagem em foto. Foram necessárias umas 10 tentativas para conseguir executar a tarefa.
E valeu a pena!
Pela foto batida e pelas lições aprendidas.

Quatro mãos e duas cabeças pensantes





Bem, um pouquinho do trajeto:
Já há algum tempo eu e o Wells trocamos figurinhas sobre fotografias.
Somos 2 entusiastas, que adoram a arte de capturar momentos, capturar a luz, capturar os detalhes, as cores, as nuances, através de uma lente.
Não temos muitas pretensões além de nos divertir e de compartilhar um pouco dessa diversão.
De alguma forma, temos visões complementares sobre o processo.
O Wells gosta das máquinas, dos brinquedinhos, dos aparatos e das modernidades e sempre me dá dicas preciosas, quando preciso tomar uma decisão sobre essas coisas.
Eu gosto de contar histórias, de mostrar para as pessoas o que vi, o que senti, o que me emocionou e creio que minhas aventuras servem, no mínimo, para diverti-lo.
E foi nisso que consistiu o primeiro curso de fotografia que fiz: numa aventura!
Sempre tive vontade de conhecer a Escócia e, quando descobri o meu querido professor, Glen Campbell, resolvi juntar o aprendizado com a viagem. Lá fui eu para a Ilha de Skye, em pleno inverno e empunhando minha reles Canon PowerShot S5, que não passa de uma bridge camera, completamente inadequada para o curso. Mas que deu conta do recado.
Quando voltei dessa viagem, decidi comprar uma câmera DSLR (uma Nikon 5100) e, feito isso, achei que seria uma boa idéia fazer outro curso, para aprofundar os conhecimento básicos e aprender a lidar com o novo instrumento.
A idéia deste blog é juntar um pouco de técnica com um mundão de histórias; um tanto de tecnologia com uma pitada de criatividade e mostrar, ao mesmo tempo, alguns dos resultados que nós dois conseguimos.
Bem vindos!

Blog a quatro mãos


Este é um blog novo em folha. Escrito a quatro mãos, pretende tratar apenas de fotografia. Seus vários aspectos, técnicas, equipamentos, pela ótica de dois fotógrafos nada profissionais. Entusiastas, sim. Profissionais, I don't think so. Um, autodidata e péssimo aprendiz (eu), e o outro - outra, digo - com dois cursos já no currículo e idealizadora desta pequena aventura blogueira. Em comum, a paixão pela fotografia. 
Minha primeira câmera pra valer adquiri em 2005, uma Canon EOS 5000. Trocada não muito tempo depois por uma EOS A2e, seguida pela 350D e pela atual 400D. I'm a Canon man.
Recheado nesse miolo, um monte de outras câmeras, a mais interessante sendo a Pentax P30t. A mais estranha um presente recente. 
Deixarei que minha co-escriba se apresente agora. Ta-dah!